O meu céu

O teu céu, Senhor,

Feito de azul e claridade,

De bem-aventurança eterna

(Que minha boca se cale

Sem ferir Tua bondade)

Mas num céu assim,

Como Senhor se externa,

Nada ha que bem me fale!

O me céu, Senhor?

Ai! O meu céu!

É boquinha a escorrer leite,

Me sorrindo satisfeita!

È o ressonar tranqüilo

Do filho que se deita!

É a chegada do marido,

A partida para a escola!

O céu é o mundo corrido

Do dia-a-dia de agora!

É a revoada dos filhos,

Partindo para o amor!

E este amor se renova

Em outro amor

Filho em flor!

O meu céu, Senhor?

Ai! O meu céu!

É a cadeira de balanço

Balançando de mansinho!

É o fio de lã se enrolando,

Em camadas de arminho,

Minha mãe tricotando

O casaco do netinho!

O céu é o sorriso dos seus olhos,

As veias de suas mãos.

Se Tu tiveres lá em cima

Um céu assim como o meu,

Então a gente se anima

Pelo muito que viveu!

Mas não te esqueças dos filhos,

Do marido, do pai velhinho.

Da cadeira de balanço,

Balançando de mansinho!

Christina Cabral
Enviado por Christina Cabral em 05/09/2007
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