NINHOS AO MEIO-DIA

Os sons vinham da alameda

eram você.

O baque distante, a cigarra ao meio-dia,

soltavam um estalo de ti.

A ambulância

alardeava tua presença,

e anunciava

amores de emergência

não respeitam a lei do silêncio.

Lembrei-me de nossas conversas,

Fui eu que me tornei soturno,

pois o meu isolamento de anos

era algo rude,

ruim,

intenso.

No entanto, pássaros cantavam sobre os ipês.

Sai da alameda

e pensei em ninhos.

Pensei em ti e em mim.

Pensei em pedras

e em ovos crepitando ao relento.

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Elza Viana Araujo em 04/08/2018
Reeditado em 07/11/2018
Código do texto: T6409471
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