O Teatro e o Sorvete
Quem poderia dizer que naquele dia atípico
Um encontro marcado causaria arrepios.
O simbolo da Paris dos Trópicos, o lugar escolhido,
Teatro Amazonas, dentre tantos o mais lindo.
Caminhei ao seu encontro,
cheguei mais cedo de ansioso,
sentei no banco da arborizada praça,
esperando e nervoso.
Entre mensagens de "Estou aqui",
esperando estas mensagens ela responder.
Olhando para os lados e perguntando,
"será que ela vai aparecer?"
Eu contemplava o pôr-do-sol ao fundo do Teatro
quando a vi, linda, me procurando no Largo.
Os lindos cabelos, o jeito de andar,
as belas roupas que ela vestia, a bota que estava a usar.
Caminhei em sua direção e então a assustei,
eu sorri, ela sorriu, e que sorriso, me deslumbrei.
Caminhamos, conversamos,
e que tarde maravilhosa,
eu me perdia em seus olhares,
em seus sorrisos e sua linda bota.
Ela olha pro horizonte fixamente e eu a acompanho,
eram cavalos que ela admirava e que tanto falamos.
Em um momento eu disse "toca neles",
e ela foi com seu encanto.
A conversa ia bem, falamos sobre tantos assuntos,
fazia calor, "vamos tomar um sorvete? - Vamos!"
Sentados com nossos sorvetes
falamos sobre sonhos em comum,
casamento, família, viagens,
já era noite e estava muito bom.
O sorvete então acabou, chegava a hora de se despedir
"Mais uma caminhada?", ela aceitou, e fomos a sorrir.
Subindo as longas escadas segurei suas mãos,
ela dizia ser estranha, e eu dizia que não.
Arrancando uma flor do jardim, dei a ela para se lembrar
Ela guardou em sua bolsa e disse desse gesto gostar.
Chegara a hora então da despedida,
eu pedi para segurar-lhe a mão.
Ela disse meio tímida e sorridente,
educada e insistente, que era diferente e que não.
Ela se foi, e eu fiquei, logo depois fui também.
E o Teatro e o Sorvete me fazem lembrar de alguém.