ONTEM E HOJE
No meu tempo, uma senhora
se vestia por inteiro;
sim, não era como agora,
neste Rio de Janeiro.
Hoje em dia, não se zanga
o marido se, na rua,
a mulher anda de tanga,
ou, na praia, quase nua.
No cinema, uma donzela
que estivesse a nosso lado,
resisitiria ao que na tela
fosse vendo interpretado.
Porém hoje, a senhorita
junto a nós, ali no escuro,
nos agarra vendo a fita,
e nos beija até, no "duro".
Essa Bôa toda prosa,
cujo corpo é um violão;
que aí está toda orgulhosa,
por saber-se um pancadão,
- pequenina, sentou tanto
no meu colo, entre seus pais!
Hoje em dia, aqui, no entanto,
ela já não senta mais...
Até mesmo a ortografia,
de sofrer transformações,
acabou numa "anarquia",
numa escrita de senões.
Hoje só se escreve assim,
sem acento: BOA, SOA;
porém BOA, para mim,
sem acento, não é BOA...
NTT.