ONTEM E HOJE

No meu tempo, uma senhora

se vestia por inteiro;

sim, não era como agora,

neste Rio de Janeiro.

Hoje em dia, não se zanga

o marido se, na rua,

a mulher anda de tanga,

ou, na praia, quase nua.

No cinema, uma donzela

que estivesse a nosso lado,

resisitiria ao que na tela

fosse vendo interpretado.

Porém hoje, a senhorita

junto a nós, ali no escuro,

nos agarra vendo a fita,

e nos beija até, no "duro".

Essa Bôa toda prosa,

cujo corpo é um violão;

que aí está toda orgulhosa,

por saber-se um pancadão,

- pequenina, sentou tanto

no meu colo, entre seus pais!

Hoje em dia, aqui, no entanto,

ela já não senta mais...

Até mesmo a ortografia,

de sofrer transformações,

acabou numa "anarquia",

numa escrita de senões.

Hoje só se escreve assim,

sem acento: BOA, SOA;

porém BOA, para mim,

sem acento, não é BOA...

NTT.

Bergamota
Enviado por Bergamota em 11/11/2005
Código do texto: T69879