ANO BOM

Sou à janela, à meia-noite, à espera

de que surja o Ano Novo ao meu olhar...

Nos fundos, lá num quarto, uma "panetera"

aguarda a Morte, que a não quer buscar.

Risonho, alegre como a Primavera,

o Ano Novo se mostra, a rebrilhar

nas estrelas de um céu-quimera,

que nos promete um Ano Bom sem par.

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Já me havia esquecido a moribunda,

quando uma choradeira desemedida

se faz ouvir, em grande barafunda!

Falecia-me a sogra, mais ninguém...

Pela primeira vez, na minha vida,

um Ano Bom me começava bem.

NTT.

Bergamota
Enviado por Bergamota em 11/11/2005
Código do texto: T70350