VOCÊ
Quando meus olhos, cheios de carícia,
a envolvem toda em cobiçoso olhar,
você me julga um caso de polícia
e só falta, de raiva, me matar.
Porém você, que é fonte de malícia,
a si mesma é que deve condenar.
A culpa é sua, de mulher delícia,
boa demais para se respeitar.
Vendo-a, não há quem não se "desbandeire",
porque você, nas formas tão enfática,
é um atentado ao Laudelino Freire.
Você provoca os próprios imortais;
você viola as regras da gramática:
você - é "muito ótima demais!" (*)
NTT
(*) Laudelino Freire - gramático.