FLOR DO QUIPÁ

Flor do Quipá, adorável acordastes

Sob um véu vibrante de cores diversas

Onde alegre aurora num riso regressa

Ao céu de um sertão que tu resgatastes.

Oh Flor do Quipá! Seu florir é sem pressa.

E, sem pressa, um sábio sorriso irradia

A incansável raiz que em meu peito nutria

A crença das eras que graça se expressa.

Flor do Quipá, donde vem tua energia?

Seu vital vigor é um augusto segredo?

Ou vera vontade que vive sem medo

De ver em cada ser sua própria magia?

Flor do Quipá, apenas tu, num penedo,

Te elevas altiva entre espúrios espinhos.

Segues simples, serena e aninhas em carinhos,

Um gentil jardim adoçado em seus dedos.

Flor do Quipá, sou apenas um passarinho

Dentre almas agrestes que te têm de guarita.

Seco é meu ser, mas tua fé frutifica

A divina vereda que já foi o meu ninho.

Oh Flor do Quipá! Tão distante tu ficas!

Mais que flor, és estrela de um cosmos cativo.

Além de minha mão, mas no peito tão vivo

Que num toque astral a minha alma edifica.