A Arte natural das coisas
XXIV - A Arte natural das coisas...
A arte que visita todas as coisas
Está na arte da fé, em toda parte
Tudo e a vida toda é pra ser arte
No inicio..., no fim e no meio...
Infinita arte, vive após a morte
Já foi queimada em livros, cinzas
Proibida, rasgada, confundida
Tentaram para sempre sepultá-la
Em túmulos ferro e concreto, certos
Que grades e cimento poderiam calar
Que vozes iriam partir, e o tempo fechar
Esqueceram que há arte no tempo
E eles não podem ver as sementes, que
Esperam o sol e chuva em paciência
E nunca, nunca param de brotar
Atravessam distancias, voam no vento
Atravessam o tempo, brotam no cimento
Nas paredes dos quartos, nos muros de ferro
Nos murmúrios de dor, na solidão
Nos lamentos em utopias, nas linhas
Dos poemas escritos a mão
A arte não precisa motivos, ela
Por si só já é a motivação,
Acena em toda a direção, em si, faz
E traz sua própria semente e calor
A água, e a rega que a faz germinar
E, em qualquer hora de qualquer dia
Haverá sempre um poema no ar...