NO CANDOMBLÉ

Para Carlos de Lago Silva

Começavam-se os "trabalhos". E a Chandoca,

viuvinha suculenta e vaporosa,

ao médium se chegando, fervorosa

o espírito de "seu" defunto invoca.

Ao som de uma cantiga langorosa,

estrebuchando o "aparelho", se desloca;

e Cornélio, baixinho, a terra toca,

a dizer qualquer coisa em voz nervosa.

Fala a viuvinha, em tom mavioso, terno:

- Como te demoraste!... Estás no inferno?...

- Inferno lá por cima?! Isso é irrisório...

- Então és bem feliz... - Mais que contigo.

- É tão sublime o Paraíso, amigo?

- Não sei, Chandoca, estou no Purgatório.

NTT.

"Um certo humorista (?) transformou este soneto em piada

e corre o Brasil dizendo-se autor deste texto.

NMT.

Bergamota
Enviado por Bergamota em 13/11/2005
Código do texto: T71139