NO CANDOMBLÉ
Para Carlos de Lago Silva
Começavam-se os "trabalhos". E a Chandoca,
viuvinha suculenta e vaporosa,
ao médium se chegando, fervorosa
o espírito de "seu" defunto invoca.
Ao som de uma cantiga langorosa,
estrebuchando o "aparelho", se desloca;
e Cornélio, baixinho, a terra toca,
a dizer qualquer coisa em voz nervosa.
Fala a viuvinha, em tom mavioso, terno:
- Como te demoraste!... Estás no inferno?...
- Inferno lá por cima?! Isso é irrisório...
- Então és bem feliz... - Mais que contigo.
- É tão sublime o Paraíso, amigo?
- Não sei, Chandoca, estou no Purgatório.
NTT.
"Um certo humorista (?) transformou este soneto em piada
e corre o Brasil dizendo-se autor deste texto.
NMT.