Sempre Foi Somente Eu

E, certo, hei de estar

Quanto mais conseguir ver

Quão além me levo a crer

Sobre tudo o que passou

E, calmo, hei de estar

Quando todo sangue escorrer

Seca a lágrima, ao descer

Vento frio, a congelou

Horas presas, eterno tempo

Pairo leve, pensamento

Mudo a rota, nau acalma

Aquária, corrente d'alma

Horas passam, vão-se dias

No recuo deste recinto

Tal Teseu, em labirinto

Vence a fera indomada

Ora, pois, se não só eu

Somente eu, apenas eu

A reerguer-me após a queda

Mirando novo apogeu

Ora, pois, se não só eu

A trazer, a organizar

Coragem, fúria contida

No gesto simples de olhar

Sempre foi somente eu

Que teria que lidar

Com a ferida aberta de um "não"

Pós-bálsamo vindo do "sim"

Sempre foi somente eu

Responsável por juntar

O saldo residual

Da melhor parte de mim.

Gabriel Luiz
Enviado por Gabriel Luiz em 04/11/2021
Código do texto: T7378464
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