Canto encantador...

O dia desabrocha,

alvorada no sertão

E longe....

Ouço o canto mavioso

Do encantado azulão,

Ah azulão amado!

Não te cansas nunca de cantar?

Alegrando o dia do homem sofrido

Que amiúde desperta contigo

Para o pão de cada dia ganhar!

Tu voas nos céus das matas e florestas

Riachos doces, brejos, sempre a cantar

Voas livre , feliz, mas com um receio:

Que o laço do cruel passarinheiro

Venha a liberdade te roubar!

Mesmo trancafiado em um viveiro

Teu canto é sutil, doce, brejeiro

Mesmo com as asas cruelmente cortadas

Teus passos são altivos, faceiros

Para nunca deixar triste a tua amada!

Às vezes me ponho a pensar:

Quanto canto de teu mágico bico

Não ecoou para extirpar

A indolência, o torpor, a letargia,

A inércia do homem angustiado, aflito!

Oh pássaro encantador!

Tu cantas o ano inteiro

Sempre em alto e bom tom

Seja sob Sol,

Sob a chuva,

Lá em cima do coqueiro

sem Dó!

Que é pra fazer brotar o amor

No coração dos que vivem só!

Teu canto maravilhoso,

Teu canto RENOVADOR!

Deixam os céticos, patéticos

Com pelo menos uma convicção:

A mãe-natureza teve apenas intenção

Mas quem assina o projeto

É o grande e ilustre arquiteto

Nosso santo e amado SENHOR!

Benvinda Palma

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 21/11/2007
Reeditado em 21/11/2007
Código do texto: T746051
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