METAMORFOSEAR

Ah! Eu sei que é cedo!

Mas quero andar nos cômodos e metamorfosear o ambiente.

Dou um palpite para novas pinturas.

Manuseio as manivelas sem deixar o riso ir pela janela.

Na cabeceira um porta-retratos com um vestido

sensual exibindo as torneadas curvas.

No espelho reflete o lençol ensaiando a beleza natural.

Às altas horas falo com minha insônia e dedico poemas

à beleza que reflete no emaranhado edredom.

Cortinas entreabertas trazendo essência da chuva!

Em meio às minhas indagações vejo trajes finos e uma

notória elegância entre os móveis!

Brindo à vida e às alucinações que me fazem transitar

sem indagações.

Tenho um lado feliz por si só!

Não olho com olhar irônico quem leva a vida com rancor.

Descobri que, de despedida, sei muito pouco e prometo

sair antes mesmo do último adeus!

Não quero ficar perturbada com o ontem,

pois o amanhã esmera o fim.

Mas podendo ficar no hoje eternamente!

Posso dizer que, ao raiar o dia, vivo o brilho que me irradia

Trazendo as doces lembranças da graça dum amor exibicionista!

No fascínio deixo uma marca de batom no colarinho branco.

Borrifo essência de uma terna noite.

Ando pelas curvas falando sozinha e viajo

numa noite acinzentada!

No final trago um traje transparente para apreciar o luar.

Eu vivo a beleza que aos poucos sei onde está!

Eu me apaixono pela arte de viver

E pelas manhãs olhadas no mirante entre as colinas

Onde a visão é ofuscada pela serração!

Val Bernardino
Enviado por Val Bernardino em 01/03/2022
Código do texto: T7462946
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