Mulher Preta

Não arreda o pé da sua origem.

Podem a chamar de preta.

"Sou mesmo, e não há defeito em ser.

Ser preta é ser original.

Nisso não existe nenhum mal.

Mas respeito de todos quero ter'.

Dura na queda, trepadeira teimosa

Árvore que enverga e não quebra

Ousada nos altos Voos.

"Não sou ave de rapina,

Sou Mulher, não concubina.

Sucinta, sou mais do que imagina".

As letras trouxeram-lhe liberdade

Escreve com destreza ao bel prazer

Sorrindo sobe ao alto da colina,

Noutro passo vira a esquina,

Serena onde precisa conter

Ou sorridente puro prazer.

Indecifrável é a Mulher preta,

Pele bronzeada ou mesmo tição.

Guerreira anônima permanece calada

Enquanto a sua volta explode rojão.

Psiu, silêncio pode despertar dentro de si.

O poderoso e adormecido vulcão.

Marly Ferreira
Enviado por Marly Ferreira em 29/01/2023
Reeditado em 13/10/2023
Código do texto: T7706613
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