Com que manto

Eu era jovem e você nem tanto.

Homem de pouco riso

Porém de muito cismo

Pediu a minha mão

Mamãe prometeu que sim

Combinaram tudo

Sem o meu conhecimento

Chegado o momento

Noite de fim de festa

Penteado, perfumado

Quase intacto

Charmoso em sua moto

Bem lavada, reluzente

E eu de calça jeans da sessão infantil

Era mirrada e de beleza duvidosa

E você de força bruta criada na labuta

Você de fato confessou me amar bastante

Pedia-me em namoro sério

A feia aqui

De surpresa caiu de rir

Não acreditei

Não fui séria o suficiente

Brinquei inocente

Você se magoou

Nem meu amigo

Quis mais ser

Você me viu crescer

Olhava-me da casa ao lado

Sua irmã minha melhor amiga

Como poderia tê-la por cunhada?

Tal pensamento eu não soube bem

Como poderia eu crer

Em tal tolice

Homem assim

Nunca conheceu Alice?

Eu brincava na poeira

E relia os meus contos favoritos

Sabia por fofocas

Que gostava de dondocas

Afastou-se por completo

Nem um olá dizia mais

Nas janelas suas brotaram cortinas

Mamãe não entendeu

Repreendeu-me pela falta

De malícia e tato

Pro futuro garantiria trato

Cheguei pensar

Perdi o par perfeito

Queria um príncipe

Bonito, gentil e jovem

Deram-me um ogro

Que não me interessei

O tempo passou

E o seu nome ainda lembro

Quem sabe amor perdido

Ou o privilégio de alguma dama.

Em minha mente como uma fotografia.

Eu era jovem e você nem tanto.

A velha casa, a mãe decepcionada, você zangado. Eu perdida e você rejeitado.

Estivesse aqui secaria esse pranto?

Madame Butterfly
Enviado por Madame Butterfly em 08/11/2023
Código do texto: T7927045
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