Soneto "Amoras doces e azedas"
Gosto de colher amoras
Pegar o pezinho e saborear seu doce ou seu azedo
e agradeço ao Criador este ato de tantas horas
nas mãos salpicadas, satisfeito, de vermelho
Infinito no paladar de sensações
a gente lembra que a vida é sentida
comprimida e regurgitada de emoções
salivada, agridoce, em dor sofrida
E quanto mais você saboreia
Salgado mau do homem
Doce amor divino falta ainda
Esconde tuas amoras dos que não colhem
Regala soberbo a colheita que finda
Jaz enterrado na mesma árvore que floreia!