À terra, por Tenório Valjean.

Levantem-se todos, agora!

Deixem-me dessa vez falar da felicidade

Não quero promessas, nem desejos

Pois tudo isso é vão

E tudo isso se perde.

Antes de abrirmos os olhos e nos dermos conta

Que o mundo é enorme demais pra ser prometido;

É mágico demais pra ser lembrado,

Quero, antes disso tudo, fingir que tenho asas

(Mas pra que asas pra quem pode voar por dentro dos seus próprios olhos?)

Não importa.

Dêem-me asas!

Quero conquistar o mundo do topo do mundo

Computador faculdades que ninguém computou

E ser mais feliz que os animais, que não sabem o que é felicidade,

E por isso vivem, e por isso são o que são,

Como são, e quando querem ser.

Deixem-me imitar os pássaros, ainda que isso pareça louco

Pois só eles são livres de e da verdade!

Pois só eles sabem amar no sentido literal do amar sem ser amado

Eles, que não querem nada em troca de amar por simplesmente amar -

E nada além disso.

Deixem-me parecer louco.

Sim, louco!

E quem pode ser feliz sem estar dentro de sua loucura?

Pulei de cima do monte

Nada abaixo;

Nada em cima.

A terra - e embaixo da terra - é somente terra

O céu é inocente

E acima dele está o universo

Vivi e fui feliz pela terra

Deixe-me cair agora sobre quem me guardou toda a vida

Viva!

Viva, ó mãe terra!

Tu mereces viver, nada mais.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 17/04/2008
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