Pau bruto

Edson Gonçalves Ferreira

Serviço pesado nunca foi para mim

Nasci para o leve das coisas

Que minha alma bordada foi em cristal

E não atendia nunca

Coisas que só o coração explica

A voz do velho chamando

A madeira para segurar...

Já estava -- e ele não sabia --

Com a preciosidade mais rara dela

Jóia encrustrada nos dedos: um lápis

E com ele traçava a geografia inexata

Aos nove anos de idade

Da minha vida de poeta mais

Mais pesada que as toras de madeira que meu pai serrou.

Divinópolis, 31.04.93 - feito na UFMG

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 11/05/2008
Reeditado em 12/05/2008
Código do texto: T985353
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