Este poema foi oferecido pelo meu amigo Valdir Cremasco no dia do meu Aniversário

A SENHA

(Valdir Cremasco)

 

Vou confessar...

você já sabe mas tenho que falar

e você sabe também

que só você pode me ajudar.

 

Perdi por ai em algum lugar

melhor, larguei em algum lugar

meu coração que estava a chorar.

Arrependido, depois fui lá buscar.

 

Não encontrei!

Não estava onde deixei!

Voltei para casa e chorei.

Sem meu coração, que serei?

 

De manhã à porta, alguém bateu.

Fui atender, pela hora, desconfiado

não era ninguém, apenas no chão

um pacote, abri, era meu coração.

 

Um bilhete o acompanhava...

E dizia: (pareceu-me que chorava!)

 

   “Tome-o de volta, eu o encontrei,

    quis te-lo, por isso, o levei,

    enxuguei suas lágrimas, o amei,

    acarinhei-o com caricias puras

    beijei-o com beijos de desejos..

    Mas ele estava em devaneio!

 

    Pareceu-me como que viajando

    em busca do tudo, em busca do nada,

    traze-lo para perto eu tentei

    quis te-lo, mas ele não me quis.

 

    Começou a pulsar com dificuldade.

-          Onde moras? Indaguei.

-          Em qualquer ponto de seu imaginário

    Onde exista um par de felicidade.

    Assim me respondeu.

    Fiquei sem entender...

    e ele pediu para voltar...

    Mas não sabia onde estava.

 

    Tome, ele é seu coração.

    Cuide bem dele, é sua vida.

    Atenda quando um amor lhe acena

    Mas jamais se esqueça que:

    Dele, só você tem a senha”.

 

Essa é a minha confissão...

Estou aqui, eu e meu coração

Nós dois querendo amar.

 

Meu coração já fez sua escolha...

A escolha dele também é a minha...

Você sabe quem ele escolheu...

Então sabe que eu a escolhi.

            «««««»»»»»

AUTOR: Valdir Cremasco

Sintra, 25 de Maio de 2008