Irmão, amigo

Senta aqui, a meu lado

Conta tua verdade, tua mentira, teu fardo

Sente que meu coração a bater

Encontra o teu, que cansou de sofrer

Olhemos o céu de estrelas a brilhar

Povoemos o chão de sementes, plantar

Dê-me sua mão e quieto a escutar

O rugir dos ventos em força soprar

Não lute, não tema, não fuja

Escuta o gorgolear, a noite, da coruja

Sente na alma imensa Paz

Que a certeza do amor a surgir sempre traz

Sossega, criança, aqui no regaço

Entrega, sem medo, do peito o cansaço

Suspira, deita e descansa

E segue tranquilo da Vida, a dança

O passado confuso, tenaz, esqueça

A ternura que envolve teu andar não esmoreça

A tudo que tens, por hoje agradeça

E põe no colo do Criador a cabeça

É Ele quem tira, perdoa e ama

É Ele que, onipresente, nos chama

Por ti vela, caprichoso o sono

E deixa dua alma em doce abandono.

Ana Cristina Cattete Quevedo
Enviado por Ana Cristina Cattete Quevedo em 18/09/2008
Código do texto: T1183998
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