CORRESPONDÊNCIA
Envie-me de qualquer jeito
notícias que possam acalmar
essa aflição em meu peito!
Nunca recebo nada
nem cartas, nem telegramas,
e-mails, sinais de fumaça,
telefonemas, aerogramas...
Mande-me por gentileza,
nem que seja cartões postais,
embutidos em castiçais
para enfeitar a mesa,
com a certeza
de que ainda há esperança
de uma possível lembrança
de que eu existo!
E eu insisto
em não ser esquecida,
não me dou por vencida!
Lembra-se?
Você tinha mania
de cor-responder-se
comigo,
às vezes era um simples aviso,
mas persistia,
outras tantas, uma frase inacabada
até mesmo uma vírgula ou um ponto final,
mas escrevia
e me deixava encantada
pois afinal,
mesmo sentindo certa nostalgia
e um pouco de saudade,
ainda assim, valia
de verdade!
De repente você se calou
sumiço total
nada mais enviou,
e isso é fatal,
fico sem saber o que aconteceu,
por que você emudeceu,
onde foi que tudo se perdeu?
Será que foi de propósito
para ser esquecido?
O que você ganha
fazendo isso comigo?
Ande, vá até o correio,
remeta uma carta
pode até ser partida ao meio,
a outra metade, mande depois
por um pombo-correio,
quem sabe assim
eu volte a sorrir
e essa dor enfim
resolve ter fim
deixando o meu peito
aliviado e do mesmo jeito
que era,
antes de você sumir!
Sônia Maria Grillo
(B@by®)
01.12.2008
Vitória-ES