Dos Fracos e Oprimidos

Ah, alma carente, sofrida

Traz em si a essência

De uma pessoa abatida

Por viver as experiências

De muito mais que uma vida

Ouça esse voz que te fala, alma

Não te aproximes do fácil afago

Senta e me escuta com calma,

Dê atenção à notícia que trago

Deixaste baixa a tua guarda

A qualquer um que a ela se chegasse

É que teu coração ainda aguarda

Alguém que a ele acarinhasse

Mas por ser assim, aberto

Às vezes até por demais

Deixas ele na mão do incerto

Na mira de flechas mortais

Ouça-me agora, pessoa sensível

Tenha paciência e os olhos abertos

Verás que não é impossível

Reconhecer os momentos certos

Os de acolher, e os de afastar

A quem receber, e a quem despachar

Assim, não terás no amanhã

Essa obrigação vã

De varrer tua porta de entrada

E pedaços, teus próprios, catar.

Digo isso desinteressadamente

Quero apenas ver-te bem,

Saber-te em segurança novamente

Com a paz que só a ti convém.

E, sinceramente,

Fique bem!