AMA


Sonhamos nós dois, quando moços,
com a visão da felicidade,
embora esquecidos de que ela estava ali,
ao alcance da mão,
tão perto de nós!

Agora, os nossos olhos descrentes
já não a procuram no opaco dos horizontes.
Queremos tocá-la, sorvê-la,
senti-la propriedade nossa.

E ela, lá dentro, pequenina,
fugindo das batidas do coração
com medo de assustá-lo,
vez em quando nos acorda num sorriso,
no aceno de um amigo,
no pensamento de alguém
que pensa e sente que nos ama,
na voz de Jesus que sussurra
em nossos ouvidos:
Ama o teu irmão como a ti mesmo!

Odir, em passagem domingueira