Amor de amigo (amor que descansa)!

Ainda que a distância exista...

Ainda que o tempo desmanche...

Ainda que as faces mudem

e que os cabelos clareiem...

Ainda que fiquemos enrugados e rudes

ou mais tristes

ou menos ousados...

Ainda que nada mude, ou tudo mude...

Ainda que a pureza se esconda

num recanto misterioso da alma,

Que percamos a ternura...

Que desabemos no tempo...

Ainda que os sonhos pulverizem,

e que os ideais sucumbam....

Ainda que desapareça nossa simplicidade

(por onde andará nossa simplicidade juvenil?)

e nos tornemos tediosos eruditos do nada, mas sem grandes vôos...

Ainda que percebamos que não mudamos o mundo, nem mesmo o nosso pequeno mundo...

Ainda que ainda esperemos que nossos filhos sejam o que ainda nao fomos,

e façam o que não fizemos...

Todos estes valores, ou não-valores, se perdem quando eu revejo um amigo.

Tudo volta, tudo desperta.

Não renasce, pois nunca morreu...

Reencontrar um amigo é reencontrar meus sonhos

meus delírios,

minhas loucuras,

meus ideais...

Por isso, ao rever um amigo,

nada, mas absolutamente nada, impedirá voltarmos no tempo.

É como se o ultimo encontro tivesse visto ontem (e talvez tenha sido)!

Eis talvez nossa grande e mais saborosa vitoria,

amar o amigo ainda que de longe, ainda que santo, ainda que pecador...

Basta reve-lo e tudo aflora, religa, renasce, recomeça exatamente de onde parou,

ou mesmo de onde nunca parou...

Amor de amigo é assim, nao acaba nem apaga, apenas descansa para nao ser atrapalhado pelo tédio que o tempo nos trás !!!!!!!!

Flavio Tatu
Enviado por Flavio Tatu em 27/09/2009
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