Por favor... Julgue-me sóbrio

Quantas vezes despertei

Minha vontade cretina

Assim que desaguei

Meus olhos nessa menina

Hoje nem mais a percebo

Sabemos como há de ser

Cultua um jovem mancebo

No qual visa estabelecer

Somente suas vaidades

Tornam-na mais exibicionista

Não crê em nenhuma verdade

A moça que se diz feminista

Só pensa em envelhecer rica

Odeia a vida simplista

Não gosta de Drummond

E detesta os modernistas

O que poderia fazer

Para ser menos recusável?

Até ateu deixei de ser

Somente para ser agradável

Vejo inconformado

Com essa amostra de descaso

Agora um ser desfigurado

E convicto do seu fracasso

Na ambição colhida em grãos

Saudei meus concorrentes

Agora são todos meus irmãos

Conforme a religião vigente

Ainda desmotivado

Entrego-me a boemia

Já posso ser admirado

E escrever com alegria?

Não obtive sucesso

Com minha atriz de teatro

Enlaço a juíza. Novo processo

Estabeleço um novo ato

O ato é bem simples

E vou relatar a vocês:

Levanto um dedo, chamo o garçom

Convidei-a para um drink

Depois de algumas palavras

Brindei à nova amizade

Após a conversa e algumas piadas

Surge mais uma ou duas novidades

E assim deste modo ocular

A juíza sentiu-se uma atriz

Quando nela centrei meu olhar

E admirei seu sorriso feliz.

José Luís de Freitas
Enviado por José Luís de Freitas em 07/08/2006
Reeditado em 24/11/2009
Código do texto: T210785
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