Para abrir os olhos da amiga

Para abrir os olhos da amiga

O brilho dos teus olhos, onde o guardas confinado

Brilho de quem ama novamente e é feliz

De quem conquistou o seu amado e, por um triz

Quis Deus reuni-los quando tudo era acabado

Diga, amiga, teia de ilusões iguais às minhas

Sufocando dores das paixões que, no teu peito

Guardas sem saber o que fazer, o que é direito

E no leito somas frustrações às que já tinhas

Buscas emoções, mas da maneira mais mesquinha

Sem saber se sabes de que trata o vero amor

Ou esse temor de que a velhice se avizinha

Pois a tua espinha não se curva como a flor

A crescer sozinha e perecer sem ser colhida

Como se o amor sobrepujasse a própria vida?

(Djalma Silveira)