Lágrimas de Ilusão

Não vou chorar...

Quando o sol brilhar e me aquecer

Não tenho direito de o manchar

Com as minhas tristes cores

É hora de olhar para ele e sorrir

Como sempre fiz ao acordar

Quando me agarrava à almofada e dava graças

Por existirem dias assim

Em que o rádio tocava uma velha canção

Ou soava palavras de absolvição

Quando eu acordava e ainda me encantava com a realidade

Aquela em que eu acreditava

E jamais quero deixar de acreditar

Não vou chorar...

Pela incapacidade das pessoas serem melhores

Nem pelas falhas que cometem resultado da sua dor

Vou apenas esquecer o mau e o cruel

E por leves momentos olhar o mar

Tentando perceber de onde vem tamanha beleza

E questionar se ela não me chegará para eu ser feliz

E para a cada respirar acreditar que vale a pena continuar a lutar

Não vou chorar...

Vou antes abraçar os meus amigos

Aqueles que são reais e verdadeiros

Dar-lhes um beijo e dizer Obrigado

Não só por existirem

Mas porque alguns têm a capacidade

E apenas esses...

De fazerem do longe perto

Não vou chorar...

Quero lançar gargalhadas ao vento

Tornar os olhos brilhantes

Espalhar alegria na forma de sorrisos

E dar-vos a alma que sempre dei

Abrir espaço ao meu redor

E permanecer algures

No pico remoto de uma torre

Numa espera encantada pelo sonho

Não vou chorar...

Trarei antes os meus alicates dourados

E oferecerei rosas de sonho a quem desejar

Aos que estiverem perdidos no obscuro

Cederei tesouros na forma de moedas de luz

E para os mais necessitados

Darei as notas da esperança e do eterno Amor

Secarei as lágrimas e darei como lembrança

A quem sentir que delas não se consegue livrar

E para os que mesmo assim ainda chorarem

Darei um pedaço de ilusão

Envolto em tecido ou veludo

Bem macio e cuidado

Para que não seja uma graça

Mas antes a graça que pretendem alcançar

Não vou chorar...

Prefiro antes fingir que são gotas de orvalho

Que escorrem na face devido á humidade

E que se vêm quentes porque o coração

Batendo calorosamente as aquece

Não vou chorar...

Vou fazer o mundo girar para eu encontrar

Um abrigo ou possa terminar a batalha

De eternamente achar o que não consigo buscar

E se virar as costas e ainda assim chorar

Vou dizer que sou teimosa e que chega

De incomodar o Deus da água

É tempo de aproveitar esse recurso

Para dar de beber aos pássaros

Que entram e saem dos seus ninhos

Com ternuras esvoaçantes de afectos

Não vou chorar...

Sonya
Enviado por Sonya em 05/10/2006
Reeditado em 30/07/2008
Código do texto: T257099
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