Perdoa-me

Perdoa-me

Se não te amei esse ano

Na medida que mereces

Só por seres humano;

São as fronteiras fechadas,

As caras amarradas,

As cercas, os muros e os

Danosos quintais;

Cada um no seu mundo

E nada mais;

Quase tropeças em mim

Outro dia, até balbuciei um,

"Desculpa amigo"...

Mas não deu tempo,

A pressa foi mais rápida

Do que as palavras

E, de novo, nos perdemos

Na ignorância,

Da ância De ganhar,

Na falta de infância.

A criança em nós,

Morre a cada dia

Abandonada

Na mais completa escuridão,

No vulto, na sanha seca

Do adulto,

Que parece Onipotente

E quase absoluto;

Todavia, é sético e insano;

Mas não tem nada não,

De-me um soriso,

Nem precisa ter graça,

Daqueles que valem

Por um ano,

inesperado, cigano;

Pode ser até

Com jeito de tirano;

Pode ser assim,

Pálido e inconciso;

E eu te dou um pedaço

Do meu paraíso,

Pois, de todo ele,

Eu sei que não preciso.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 30/12/2010
Reeditado em 18/01/2011
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