Ternuras Cadentes

Ternuras cadentes de absolvição

Que envolvem acordes flamejantes

De um beija-flor que embala no bico

O gosto suave do amor passado

A agonia do que já não existe

Olhares que se dissipam na imensidão

Onde em tempos alguém perdeu

A bússola do coração, que arrasa a razão

Lacunas que levantam muralhas

Sem nexo e sem rumo não fosse o presente

A maior realidade do passado já gasto

Que não traz de volta a presença

E que apenas afasta a amizade

Caricias que o vento aparta em doces penas

Vividas e sentidas pelo abandono

De quem acumula literatura numa estante

A escrivaninha da alma nostálgica

Absorvida por borboletas de suave encanto

Abençoada pelas asas dos anjos

Que amparam no seu regaço

O imenso que envolve o espirito

Sorrisos que embalam o vento

E numa fuga desesperada se libertam

Da boca que deseja ouvir o suspiro

A musicalidade de um velho sonho

Ou a magia de uma recente ilusão

Ao compasso de uma canção

Resplandecente de recordações

Sintonia de odores e sabores

Que marcham para além da luz

Momentos que sobrevoam o mar

E num sem fim de sentimentos

Extravasam as dores de um ego

Amachucado mas vivo

Esperançoso de presente e futuro

Ave sem asas em busca de brisa

Capaz de criar coragem para sem elas

Voar ao nascer do dia

Sonya
Enviado por Sonya em 02/11/2006
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T279943
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