SOU PARA SER NOS OUTROS

Nas brandas manhãs, deito meu ser;

altas árvores se elevam,

no encontro com o azul, do céu vespertino;

desenhando sua fiel realidade.

À sombra de mim, realizo distintas poesias,

que depois deixo vagar,

livremente, por entre as águas do rio,

que fluem placidamente.

Fecho meus olhos, quando o sol os atesta,

entrando pelas frestas,

da densa ramagem; e bem dentro de mim,

múltiplas cores, se apresentam.

Gorjeios de pássaros, vão pela manhã afora,

e em meu vago silêncio,

sou doutros, que não de mim, em concreto;

almas tantas, que me assaltam.

E assim sou muitos, como neste mar imenso,

que sereno se mostra:

assim minhas palavras, indo de encontro aos

amigos, mitigando sua solidão.

E calçando estradas poeirentas, vou por aí,

levando nos ombros, o reflexo

dos demais, que fazem de mim, quem eu sou,

pela sua entrega e meu cuidado.

Jorge Humberto

09/10/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 09/10/2011
Código do texto: T3266624
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.