Fosse bom...

A Bernardo Silva

Dispersas de ti a honrosa luxúria intelectual

na autenticidade sábia do simples:

“Cada cabeça é um mundo em extinção”

Bem verdade, meu amigo Berna. Tu tão leve

passas inteligentemente impregnado de sorrisos

aliviados e breves conversas roucas.

Fosse bom apaixonar a dor seria prêmio

Fosse bom o amor, desentender obviamente

não seria nada demais. Porque sempre haverá divergências.

É alerta que os livros causam precipitações

internas. Bem percebi o quanto nada te atormentas,

meu amigo Berna, tua beleza é clara

chama viva afoita feito chuva e neve.

Caminhar sobre essas ruas servem para

não se abster das pedras, mas refazer memórias...

imprevisto foi apagar antigos amores,

choros sem consolos, dores sem porquês

Agora me faz falta o domínio dos outros

Fosse bom sentimentalizar não se fazia poesia

do sangue, seria vinho embebedar angústias.

A amizade há de conter o desejo, em pleno fim

poucos souberam que acabaria o mundo.

Fosse bom o inútil progresso, não fecharíamos os olhos

pensando noutras divindades.

É estado de alegria dispensar as legendas,

uma visão me sucedeu a tirania, são precisos flores

não mais algemas. Flores nascidas no asfalto,

no constante sorriso do amigo Berna.

Plantar jarros, depenar o sol, desprender a pele

fluir à noite sem violência ou medo.

É preciso suspender o medo na janela do vizinho

mas sem arranhar o vizinho.

É preciso, tá se vendo o quanto.

domingos ressacados de semanas,

apenas Berna, meu amado amigo,

sutilmente nos encanta.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 06/03/2012
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