CASTELO DE AREIA

Que coisa! Um castelo de areia tão bonitinho
e que foi construído assim, devagarinho;
vem uma onda forte e o transforma num caldo!
E vai-se embora uma amizade, nem fica um rescaldo!

Que coisa! Um castelo tão grande, feito no capricho!
Das pontes levadiças, janelas - nem sobrou um rabicho!
É assim este mundo; um sonho é erguido degrau por degrau,
e vem um terremoto, e o desmancha em minguado mingau...

Pior, que um terremoto sem pé nem cabeça - idiota,
que muda uma obra de arte em triste marmota!
Que coisa! O castelo de areia era tão bonitinho!
Restou-me o consolo de lembrar dele com carinho...

(Dedicado a todos os amigos de infância e juventude que foram desaparecendo nas curvas dos caminhos da vida)
Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 22/01/2007
Reeditado em 27/01/2007
Código do texto: T355562
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