BRIGAS E PERDÕES

Nos desmazelos não tive nenhuma culpa.

Tive apenas o infortúnio de ser diferente

Por ver tudo em redor através de uma lupa,

Arrumando, por vezes confusão inerente.

Se se chateastes comigo pela franqueza

Arraigada em minha alma impura,

Peço-te perdão pela súbita fraqueza

Com que me intento em minha amargura.

Só quero que não se deixes levar assim

Por uma bobagem sem importância.

Entenda-me como se estivesses em mim

E não se importes com a minha ignorância.

O amor prevalece em meu tosco coração

Pelos nobres amigos que eu cultivo.

E tu, minha querida, és o grande brasão

Que em minha vida sempre revivo.

Se quiseres não perdoar minha falha,

Mereço todo o peso deste castigo

Ainda que seja cortado a fio de navalha,

Mesmo assim, continuo teu amigo.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 24/01/2007
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