NÃO DUVIDE!
 
Vou por aí perguntando
caso ninguém responda,
os rastros persigo
e acabo por encontrar.
 
Não ria!...
Pois nesta casa velha,
mora o real abrigo
dos sonhos do poeta.
 
O encontrarei no rio ou no mato,
também sou bicho acuado na solidão,
farejarei seus passos
em qualquer lugar-espaço,
 
Não duvide de mim, nunca!
Pois ainda não me conhece,
também sou filha do vento
e a fé  fortalece minha prece.
 
Mesmo que o céu escureça,
sentirei o aroma do mel, das flores
e antes que você perceba,
nos rastros das estrelas surgirei.
 
As folhas dos ipês e dos cedros
indicarão onde fica tal recanto,
ajudarão em minha busca
os sabiás, com seu mágico canto.
 
Esqueça por ora a morte,
irei revestida de fantasias
e para sua sorte,
levarei vida  em forma de poesias.
 
Vou cortando vales e caminhos,
abrindo atalhos com as mãos
não importam as feridas dos espinhos,
seguirei o que dita meu coração.
 
E se eu, humana não conseguir,
transmuto-me em borboleta
voejando em constante procura.
 
Pois sem a magia dos seus versos,
sem ter para onde ir
perco as asas,
caio no labirinto da loucura.
 
2007


* Em resposta o poema DUVIDO, DUVIDO...de José Geraldo Martinez
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 30/01/2007
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T363966