SUA AMIZADE

Eu andava meio depressivo,
meio morto-vivo,
sem motivação...
Auto estima pequena,
nada valia a pena,
tanto fazia, viver ou não.
Pensava em sair, me divertir...
Mas aonde ir?
Nada me chamava a atenção.
E nessa melancolia sem fim
quase desisti de mim.
O telefone tocou até desligar,
não saí do lugar.
Quem poderia ser?
Pra dizer o quê?
blá-blá-blá, blá-blá-blá...
palavras ao ar,
preferi não atender.
Pouco tempo se fez
e ele tocou outra vez.
Atendi, nem sei porquê.
Era você.
E o milagre se deu.
Agradeceu-me por algo que fiz,
disse que estava feliz
e que o responsável, era eu.
Chamou-me de "querido amigo",
lembrou tempos antigos, 
brincadeiras de ruas e quintais...
Depois de sua despedida
compreendi que a vida
é muito, muito mais,
do que uma simples melancolia
de alguns dias casuais.