BRANQUINHO

Jazia um corpo pequeno

Inerte caído no chão

A beira do mar sereno

Daquele querido cão.

Que passava sob os barcos

Os dias com a mãe a brincar,

Comendo migalhas mas fartos,

Pois exalavam amor pelo olhar.

Testemunhamos um pouco, todo o amor que nutriam

um pelo outro,

E era tão forte o laço que os uniam

Mais quis o destino, que durasse bem pouco.

Vimos de longe a cadela

afugentando os abutres, chegamos perto pra ver,

E descobrimos que era o filhotinho tão querido dela,

Que tentava defender.

Choramos e enterramos

Aquele pequeno animal,

Sob o olhar daquela mãe cheia de dor e ternura,

Que ficou velando o filho ao lado da sepultura.

E que fique essa lição

Que nos deram esses bichos

Para os monstro sem coração,

Que jogam filhos no lixo.

Imitem essa cadela

Na qual digo sem engano

Tem a essência mais bela,

Que muitos que se dizem humanos.

BRANQUINHO DESCANSE EM PAZ.

LUIZ AUGUSTO DA COSTA