AMIZADES
(Sócrates Di Lima)

Alguem bate à minha porta,
Um batido de toques curtos,
Duas, três, quatros vezes e volta,
Bate num compasso longo, sem insultos.

Atento, meu coração recua,
Fica em silêncio profundo,
Nem respira, tenta olhar a rua,
Pelas frestas do mundo.

Um silêncio repentino,
Parece que foi embora,
Mas, como um insistente menino,
Volta e bate, então é a hora.

Respira fundo meu pensamento,
Vai até a porta e abre,
E a voz do sentimento,
O silêncio cobre.

Olhei ao longe a rua,
O jardim florido,
Na capelinha o sino sua,
No badalo que grita feito gemido.

Nada, meus olhos nada viram,
E quando virava as costas,
Pousou nos meus ombros que ouviram,
Um sonido em gorjeio às voltas.

Dois seres passarinhos,
Cantando e sorrindo,
Longe dos ninhos,
Alterna chorando.

E eu os ouvi,
Num olhar de cantoria,
No peito eu senti,
A saudade em poesia.

- Vamos meninos,
Ou meninas,
Me acompanhem ao tom dos sinos,
O que ensinas?

- Trazemos boa nova,
Viemos trocar o amor antigo por amizades,
Deixe que tua alma renova,
Deixe ir embora as saudades.

- Novo é o tempo de agora,
Voe conosco um novo dia,
Trazemos alegria pra toda hora,
Trazemos nova fantasia.

E eu  sorri a alegria de amar,
Sem saber de onde veio o passarinho,
Mas querendo ou não me fez cantar,
A canção da saudade de um certo ninho.

"..era um rapaz, olhos claros bem azuis,
andava só, com uma gaita em sua mão...
Ouça, sua linda canção, olhos tristes no chão,
E caminha sozinho...Ouça, la vai ele a tocar,
Notas tristes no ar, é assim que pede amor...
Caminha só, ninguém sabe de onde vem,
Triste a tocar pelas ruas sem ninguém,
Ouça, uma lágrima vem, o seu rosto a molhar,
Com a chuva que cai...ouça, sua linda canção, 
olhos tristes no chão,
É assim que pede amor....
Toca...toca...só pra mim...(SR)

Ëntão naquela hora,
Meu coração chorou,
Quis mandá-los embora,
Mas, minha saudade não deixou.

E eu fiquei,
Com eles cantei,
A canção que nunca deixei,
Nem me esqueci, sonhei.

Assim, novos amigos eu pude sentir,
Novas amigas de várias cidades,,
Que chegam, ficam e não me deixam ir,
Nem quero que vão, meu mundo de amizades.

Ali,
Aqui...
Em qualquer canto,
Hoje, principalmente neste Recanto.






 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 24/01/2013
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T4103052
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