SABE (III)

Sabe...

Tua ausência empobrece minh'alma

Esbandalha meus sentidos e atordoa

E o teu silêncio reverbera em mim

Essa dor que dói sem fim

Sem saber que talvez em ti também doa...

Mas sabe?

A tua falta é como um rio salgado

que molha por fora e seca por dentro

e embora eu já não saiba se é assim

se algo dói em você como dói em mim

não maltraras só a mim, mas o sentimento,

Pois e... sabe?

O teu silêncio grita tanto em meu ouvido

que essa tua impensada mudez me cega

Pois não há cor que não se emudeça em mim

nem os mais belos tons de carmim

poderiam me resgatar dessa entrega

Mas agora

Eu, eurrítmico, vago a esmo

rogando seja só um pesadelo

me sinto pairando sobre mim mesmo

à margem do amor que cuidei com desvelo

Ainda...

até quando?

Não sei....

E quer saber?

Sinto sua falta...

Sua falta impiedosa e penitente

Mas se queres que eu te esqueça

olhe nos meus olhos e diga

seja firme e não esmoreça,

Se vais mesmo matar tudo que temos

te lembras do amor que a ti pouco vale

pois todo o resto... a mim... vale menos...