BENDITO SILÊNCIO

(dedicado à poetisa Ana Flor do Lácio, em louvor ao seu poema "Nas paredes brancas de um poema")

 

 

Fecha-se a nívea ostra, na procela que a envolve,

Águas túrgidas e turvas, não lhe são propícias,

A nívea ostra se fecha, rapidamente, e esconde,

A opalescente pérola, tão ciosamente gerada,

Aguarda a hora certa para expor o seu tesouro.
 

Vai-se a tormenta; voltam as cristalinas águas.

No leito calmo do mar, queda ainda adormecida,

Corrente benfazeja a envolve, despertando-a,

Só, então, após sofrida clausura, abre sua concha,

E, ao invés da bela pérola em seu ventre criada,

Que a todos, com beleza e doçura sempre ofertara,

Exibe, agora, orgulhosa, um puro e lindo diamante.

 

(não deixe de ler o colega Nobre Lobo)

paulo rego
Enviado por paulo rego em 20/04/2013
Reeditado em 19/12/2013
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