JAMILE RUIVOSA, JAMAIS RAIV...!

Olhos famintos...
Lábios em brasa...
Cabelos labareda-fogo...
Tudo incendeia na casa!

No recinto onde passas, sem rogo!
Se nos atermos... Nossa!... Cai a casa...
Tua voz é como um rio chegando ao mar...
Rio de água doce a murmurar...

A querer misturar
a doçura ao sal que há...
Rasgando as terras por onde passarmos...
Recortando as serras...

Inspirando a névoa daquele ar,
que, aos ais dos suspiros
a respiração completa como se fosse
sempre seguir... Até desaguar...

Daí à frente é desejo ardente
de veemente se libertar
dos dogmas e normas
e apenas orar as orações com muita treita...

Deixa rolar pra se ver onde se chega...
Fosse eu um barquinho sem velas
e ao vento e ao léu dos intentos,
sem remos, remar...  

(Ao prazer do tempo e do vinho...) 

Versos e rimas, a deslizar nas ondas,
ainda que só pensamento.
Imaginar, o que poderia ser
além do meditar...

Deixa eu ficar...
Seguir pelo oceano
garimpando o amor pra se trocar...
acima de todos os planos...

E um imaginário piano
a tocar uma a valsa solene e dolente
a celebrar esse nosso encontro
nessa viagem sem destino rumo ao mar...

Seguir nosso tino,
oceano da vida a fora...
Pleno rio... Pleno mar...
ao que a vida implora!
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 26/05/2013
Reeditado em 26/05/2013
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