SEDE DE AMIZADE
Sede de Amizade
Sede de amizade
Eis a condição em que se encontrava
Aquele Cachorrinho
Que vivia mendigando
Eu entrava e saia da minha casa
E lá estava aquele cachorro
Nem grande nem pequeno
Nem bonito nem feio
Um cachorro simplesmente
Eu vi que estava sem dono
Saciei-lhe a sede
E o alimentei
Algum tempo depois
Na nova condição
Ele aprendeu a me ouvir
Mal eu abria a porta
Já o cachorro estava de sentinela
Se eu saia ele me seguia
Por isso se diz parece um cachorro sem dono
A gente muitas vezes não aguenta ouvir o que nosso semelhante
Tem a dizer
Mas aquele cachorrinho
Nada eu precisava falar
Para comigo ele me comunicar
Como se um cachorro
Não fosse digno de consideração
Cheguei a me sentir vaidosa
Por ter tal amizade
Nada pode ser mais simples
Que ter a amizade de um cachorro abandonado
Eu notei que mesmo
O cachorrinho abandonado
Se sentia na obrigação de pagar
O alimento que havia recebido
Ele deu seu amor
Para retribuir
E eu aprendi
Dar com liberdade
E receber com gratidão