AMIGO

Abri a porta do meu inconsciente,

Dei o primeiro passo,

Em seguida, o segundo;

Fechei a porta e, de repente,

Deparei o meu recôndito mundo;

Uma confusão de imagens,

Olhares gelados, sem expressão;

Uma mistura de linguagens,

Palavras vazias, sem emoção;

Senti a ausência do meu abraço!

Retratos dos dias em que menti

Para a minha consciência;

Crendo ganhar, por certo perdi,

Negando-me complacência...

Memória de tudo o que fiz

Com o que fizeram comigo!

Parei, então, e pensei:

É por causa dela, copiosamente dela,

Que me sinto infeliz,

Desordenado, sem norte, nem sul,

No abismo nebuloso e infinito

Que delimita o ser e o não ser;

Mas o céu estava tão bonito,

Vestido com seu manto azul...

Não era hora de morrer!

Antes de sair, olhei para ela,

Para aquela chorosa morbidez;

Só que, dessa vez,

Eu fui meu amigo,

E me perdoei!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 18/09/2013
Reeditado em 18/09/2013
Código do texto: T4487482
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