Tivesse Deus
(Para a amiga Nina Costa)

Tivesse Deus, no momento de tua criação,
Sido mais equânime e menos parcimonioso,
Não teria se esmerado nesta obra prima,
Dotando-te do poder da métrica e da rima,
Do encanto que em ti abunda, um colosso,
Que se expõe em versos plenos de emoção.

Ele deveria ter-te feito, por certo, esquálida,
Como os frangos de supermercado, insossos,
Inodoros e insípidos, mas, em sua amplitude,
Fez toda esta mulher que és, cheia de atitude,
Cheinha, gostosa, cheirosa, não pele e ossos,
E, ademais, repletou-a de cores, não fez pálida.

Lapidou cada um de teus tantos detalhes, atento,
Deu-te a cor negra e o sabor das bagas de uva,
Fez-te suculenta, mesmo ao longe se observa,
Fez-te princesa cônscia, não mais mera serva,
Deu-te pleno a suavidade das tardes de chuva,
Tudo contido em mente repleta de sentimentos.

Para simplesmente complementar esta pujança,
Te preencheu com toda esta tua sensibilidade,
Te deu nome e ares de princesa, Irene Cristina,
Alcunhando-te entre poetas, como gostas, Nina,
Nina Costa, para os que não privam de intimidade,
E te fez mulher com sentimentos de criança.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 12/10/2014
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