Bailarina

borboleta pousou no meu dedo

ou talvez fosse flor

o vento trouxe...

fossem asas, fossem pétalas

me chegou sorrindo

cantarolando

trazendo primavera de cores que eu nem sabia

fez samba no dedo

fez festa

e ficou.

abri a manhã dos olhos e tinha ela

bailando no raio do sol

pensei, como podia

criaturinha intrigante

sempre ali.

vinha a chuva e eu pensava,

ela não vem.

ela vinha.

vinha escorregando pela chuva dos pingos

agarrada ao arco-íris da nuvem

me molhava de beijos molhados

e flutuava no molhado do céu.

seguiram semanas e horas e o tempo escorreu

a terra mudou de posição

a tarde não se põe mais no meu céu

daí pensei... hoje ela não vem.

ela veio.

um dia o mundo se apagou

o relógio tropeçou

deus não acordou

era só cinza lá fora

pensei...

ela não vem.

...ela veio.

e veio.

e veio.

borboleteou saltitante em todos os meus dias

floreou de multicor os caminhos

harmonizou os desequilíbrios

desalinhou a chatice da certeza

e por onde passou se fez sorriso.

Marina Borges
Enviado por Marina Borges em 04/11/2014
Reeditado em 22/05/2016
Código do texto: T5023573
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