...Por um novo amanhã!

Aos colegas (e, a alguns amigos aqui do lado esquerdo do peito)

deixo as palavras saírem de minha voz, mesmo um pouco sem jeito.

Rasgo a cortina do tempo em lembrança perfeita dos sentimentos.

Daqueles que a face se avermelhou em vergonha, mas que também eternizaram os mais doces momentos;

Daqueles em que as veias em inchaço estuoso revelou a face contrária,

exatamente porque muitas das decisões foram arbitrárias.

Resgato a lembrança do sentimento ciumado,

cativo,

solícito,

desejável,

amável (talvez até amado!).

Rasgo a mesma cortina porque quero contemplar o novo horizonte.

Acalento a dor e o suor vertido porque quero um amanhã-fonte.

Um amanhã sincero.

Com o perdão na face.

Com as mãos amáveis.

Com os braços para uns (há)braços acolhedores.

Um amanhã-fonte inesgotável ao sentimento vivido.

Um amanhã-fonte saciável pelo ágape cumprido.

E, se a partida acontecer à vontade divina (na crença de que este amanhã-fonte não nos pertence) deixarei minha imagem (im)perfeita.

Mas tenha certeza de que, também, levarei sua imagem (im)perfeita.

Soluços,

Pálpebras molhadas,

Voz inaudível (por uns instantes)

É tudo que este coração irradia nesta êxtase de passagem.

Colegas (e, aos amigos)...

O ano findo não esvaziará nossos sentimentos, antes será uma ponte no tempo que se descortina ao poder Divino.

A partida é a única ação certa na vida. Uns já foram, outros estão embarcando, eu também irei. Irei para lá. Lá será meu lugar, tal qual este.

A saudade que deixo e, que também levo revela o quanto somos importantes lado a lado.

Por isso, e talvez por muito mais (seu coração é quem sabe!),

a saudade que deixo será por um novo amanhã.

Texto produzido em 19/12/2015 às 23h52min.

Rubens Martins
Enviado por Rubens Martins em 20/12/2015
Reeditado em 23/12/2015
Código do texto: T5485703
Classificação de conteúdo: seguro