Ossos

Eu gosto de ver a doença

De assisti-los gritar loucamente pela rua

Numa noite de verão qualquer.

Eu gosto de enxergar os ossos,

O formato dos corpos

Livres nas roupas folgadas.

Divirto-me ao lado dos insanos

Que abandonam as casas

Que correm sob a luz da lua, sem destino.

Rio ao encontrar os sombrios

Que inebriam a própria mente na fumaça

E juram ver o céu dourado, ardendo em brasas.

Sou feliz ao lado dos condenados

Dos que não escondem os machucados

Porque eu gosto de ver o interior

De sentir os ossos

De ver o real

De conhecer a beleza ocultada pelos conceitos de mal.