Sou muitas
E sou única

Sou plural
E sou singular
No breve instante de existir
Ou na finitude de partir.

Cocheiro, liberte os cavalos!
Bússola, perca seu norte!
Falai com o abismo
sobre a sorte.
Falai com o caminho
o que é morte.

Esse enigma pereptório.
Inescapável.
Em poucas linhas,
só restão as reticências.
Em poucas linhas,
só a imaginação
psicografa.

Tatua na alma um cometa.
Colore com calma
essa faceta.
Uma de tantas.
Ou única entre mantras.

Recolhe esse fardo.
Recolhe essa agonia.
Não posso perguntar para sempre.
Não posso aguardar respostas.

Tudo traz em si,
sua própria comenda.
Sua honra e glória.

Tudo traz em si,
o eterno e o finito.
O etéreo e o mortal


A morte sintetiza o
sentido da vida.
É na ausência 
que esquadrinhamos toda a
essência.

Em dimensões poéticas.
Em isenções caóticas.
Ou no prisma engraçado
do ponto de vista.

A miopia diária
sobre o fóton.

A mão que acaricia.
O amigo que nos conforta
A faca que corta
a partilha imensurável
de ter sua amizade.

Ranimir é conselho ilustre.
Surgiu no século XII
para nos prevenir
do improvável.

Para nos proteger
da vida e 
das crueldades intrínsecas.



 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 11/11/2017
Reeditado em 12/03/2018
Código do texto: T6168481
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