FALSO AMIGO

Um falso amigo me sorriu,

também sorri, desconfiado.

Então me mandou flores,

devolvi, de imediato.

Por fim estendeu-me a mão,

apertei, sou educado!

O falso amigo me disse,

Palavras mui lisonjeiras...

Que em mim não há velhice

nem em meu rosto olheiras

Que os meus pés-de-galinha

Combinam com minha roupa.

E minha cútis branquinha,

É moda lá na Europa!

Que gosta da minha voz,

quando imito a seriema

Maldoso, o meu algoz,

Sorria tal qual hiena.

Mas o fazia escondido,

Como todo falso amigo.

Malgrado, minha boa-fé

Tripudiava comigo.

E quando me conquistou

e me entreguei desarmado

Me trouxe desassossego,

Pois o meu coração roubado,

vendeu no mercado-negro!

Mas fiz de caso pensado.

Fui esperto nessa hora.

Dei um coração de pedra,

E o coração do larápio,

trago aqui, nessa sacola!

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 12/11/2017
Reeditado em 10/12/2020
Código do texto: T6169714
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