Um dia azul
Pelo meio, o Sol da tarde, vigoroso desde o dia
Se enxeriria na história que seria ali contada
Já que, desde a madrugada, de longe, um galo anunciava
Que um novo fato se iniciava, algo que, há tempos, não se via
Como falei no enunciado, viu-se nascer um dia azul
Chuteira, meia, caneleira e te chamavam de Arthur
Com um jeitão ressabiado, entrou em campo lentamente
Bom de passe, bom de chute, bom de papo, boa gente
Desconfiei, mas não sabia e ainda não dava pra saber
Até porque o intervalo
Isso quando demorava muito
Se esvaía rapidamente durante breves quinze minutos
Mas foram tantos outros minutos e outros tantos ainda virão
Muito mais do que bons amigos, acabamos virando irmãos
E hoje, adultos, já nem importa se faz chuva ou se faz Sol
Se temos tempo, se canta o galo, se tem intervalo, se tem futebol
Vinte anos se passaram daquele dia comum
Envelhecidas as aparências
Latejantes as diferenças
Pouco importou a distância
Aqueles meninos ainda jogam
Aquela quadra nunca esqueceu
Que a nossa amizade seja eterna
Meu querido amigo judeu