MANGÁ

Seu rosto alí,

olhos entreabertos,

Quis ver mais de perto

seu sorriso ingênuo.

Tanta ternura

Trocada entre olhares

e beijos macios.

O toque das mãos

A atenção a cada centímetro de pele.

Seu cabelo caiu sobre o rosto

Lembrou-me um lindo

desenho de Mangá.

Estava nu,

Mas pude ver a armadura brilhante

Que reluzia e me ofuscava os olhos,

Numa dança colorida

de luzes e sons,

Somente perceptíveis

A corpos que realmente

se encontram e se fundem.

Meu amigo, meu querido e bom amigo.

Meu amigo filósofo, simples

Complexo, intelectual

Que me acompanha em viagens loucas

na busca do conhecimento.

Que me fala com a simplicidade de quem sabe

da angústia do conhecer e

por conhecer sabe que conhece muito pouco.

Meu mangá desenhado

de trás pra frente

Mas que mesmo lido de frente para trás,

Faz sentido.

Prometa-me apenas

Que sempre será meu amigo.