A HORA DO AMIGO (SERÁ QUE VEM)

Poesia inspirada em “Convite Triste” de Carlos Drummond de Andrade (1934).

Vem cá, chora aqui comigo que eu quero ver.
Diz-me agora que está sofrendo o meu sofrer,
Vem cá, fazer o tempo parar e levar minha dor,
Diz-me então, que carregar meu “andor”,
Mesmo que um pouco.


Quero ver se teu rosto repete o que diz
Quero ver o que é que escreve esse “giz”,
Se tu és meu amigo ou nunca faz o que diz.


Vem cá, vem beber meu martírio,
Vem arrastar o meu “círio”,
Porque forças não tenho
E é a ti que recorro e venho
Porque se diz meu amigo.


Se eu chamar o mundo,
Sei que o mundo não vem,
Mas é da amizade
Que vem o socorro,
E se não vem eu morro,
De decepção
.

É, portanto, agora,
Que meu eu chora,
Que estar a ruir meu abrigo,
Que eu quero ver
Se tu és meu amigo,
Vem!

Ênio Azevedo
Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 24/11/2020
Código do texto: T7119227
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.